Reajuste recorde de plano de saúde deve impactar 130 mil pessoas no ES

Portal SBN
Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

Reajuste recorde de plano de saúde deve impactar 130 mil pessoas no ES

Novo aumento das mensalidades para contratos individuais será anunciado até o final deste mês e deve superar a inflação. Entenda
Saúde - Plano De Saúde

Um novo reajuste nos valores dos planos de saúde individuais deve impactar 131.156 pessoas no Espírito Santo. O aumento recorde deve chegar a quase 16%, segundo projeção de organizações do setor, um percentual que supera a inflação, que ficou em 12,13% nos últimos 12 meses. O anúncio do novo valor deve acontecer ainda neste mês de maio pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Uma das bases para o cálculo é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para estabelecer a correção, a ANS também utiliza como parâmetro as variações das despesas com atendimento aos beneficiários e a intensidade de utilização dos planos pelos clientes, a partir dos dados de 2021.

 

A alta, neste momento, atingirá apenas os planos individuais. Nos coletivos, essa definição ocorre a partir da negociação entre empresas, associações e as operadoras, não sendo assim regulados pela agência.

A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), entidade que representa 15 grupos de empresas do segmento, elencou fatores que devem influenciar o reajuste. O primeiro deles é que as despesas assistenciais foram as maiores da história: R$ 207 bilhões, 24% a mais que no ano anterior.

A instituição alega também que houve aumento no preço de medicamentos e insumos médicos, impactados pela alta do dólar e a inflação mundial de insumos, além de uma forte retomada de procedimentos eletivos. Outro item a ser analisado é o impacto de tratamentos de Covid por um longo período, quando ocorreu a chamada “segunda onda”, e a incorporação de novas coberturas obrigatórias nos planos.

No ano passado, houve redução histórica de -8,2% nos preços dos planos, por conta da queda no número de procedimentos cirúrgicos, de exames e no uso do sistema de saúde durante a pandemia. O último aumento acima de 10% havia acontecido entre os anos de 2015 e 2017, quando chegou a 13,6%.

Além desta revisão anual, o bolso do cliente também pesa na medida que ele envelhece e avança em faixas-etárias, uma vez que o preço da mensalidade sobe. Isso porque se considera que é necessário um aumento dos cuidados de saúde. No mesmo momento, brasileiros veem que itens da alimentação diária e combustível dos veículos estão cada vez mais caros.

É o caso do aposentado José Maria Matias, de 72 anos. Ele relata que o plano de saúde que ele é beneficiário é muito importante para manter a saúde em dia. No entanto, hoje existe uma dificuldade maior no equilíbrio das despesas e, às vezes, precisa-se reduzir a compra de alguns alimentos, por exemplo.

José Maria Matias

Aposentado

"Muitas vezes a gente quer alguma coisa mas não pode. Claro que a saúde vem em primeiro lugar. Aí dentro da alimentação, por exemplo, algumas compras precisam ser reduzidas. Não podemos vacilar, porque podem vir dívidas. A gente vai fazendo esforço e vai lutando. O atendimento que tenho é muito bom. Se eu não estivesse neste plano, eu não sei como que a minha saúde estaria"

Após a definição do reajuste, ele será aplicado pelas operadoras de saúde a partir da data de aniversário do contrato. O beneficiário vai pagar por esse valor entre maio e abril do próximo ano, se ele for definido ainda em maio. Caso contrário, será permitida a aplicação retroativa do reajuste.

COM INFORMAÇÕES A GAZETA

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