Sabrina Sato abre o jogo sobre libido e crise conjugal que a fez cogitar separação

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Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

Sabrina Sato abre o jogo sobre libido e crise conjugal que a fez cogitar separação

"Quando a Zoe nasceu, me dedicava muito a ela e pouco o casamento"
Famosos - Sabrina Sato

Quem conhece Sabrina Sato sabe que pontualidade não é seu forte. Melhor, não era. Às 8h20 de um sábado, ela chega para a sessão de fotos da capa desta Marie Claire, numa locação em São Paulo, com apenas vinte minutos de atraso. “Apenas” porque, para os padrões de Sabrina – que já chegou a entrar na avenida, no desfile da Gaviões da Fiel em 2017, da qual é madrinha de bateria, sem o costeiro por causa de imprevistos com o horário –, isso significa pontualidade britânica.

“Ela ficou mais responsável e preocupada depois de ser mãe”, diz Dona Kika Sato, ao contar que a filha, que era avessa às manhãs, agora acorda às 6 da matina para levar Zoe na escola.

Parece que a menina de 3 anos e meio, fruto do casamento com o ator Duda Nagle, chegou mesmo para mudar as questões com o tempo da mãe. Quando descobriu que estava grávida, um grave sangramento seguido de descolamento de placenta fez Sabrina pausar sua vida por um mês – em 20 anos de carreira, a apresentadora nunca havia passado tanto tempo sem fazer nada. “Ela me paralisou”, diz.

Durante os 30 dias que passou em uma cama de hospital, com alto risco de perder a bebê, Sabrina precisou enfrentar seus medos e se dedicar integralmente – pela primeira vez das muitas que virão ao longo da vida – à pessoinha que ainda não conhecia. “Não existia garantia de nada, estava com 80% de descolamento. Mas parei tudo o que estava fazendo. Foi um milagre [ela ter sobrevivido]”, conta.

"Quando meu leite empedrou, me isolei. Perdi o contato com o mundo"

Sabrina Sato

Foi justamente durante esse período que ela começou a se preparar para a maternidade. “Aproveitei para ler todos os livros que existiam sobre educação e amamentação”, lembra. “Tanto que se tornou mais especialista que todas nós”, relata Karina Sato, irmã mais velha de Sabrina e mãe de Manuela, de 6 anos, e Felipe, 8. “É ela a conselheira, que fala o que temos que fazer”, completa. A apresentadora não nega. “Me tornei aquela mãe que estuda, que fica preocupada com tudo. Quase neurótica”, diverte-se.

Ser mãe estava em seu imaginário desde que Sabrina era menina. Aos 9 anos, quando morava em Penápolis, no interior paulista, ela trocava qualquer festinha com amigos para cuidar das crianças da família. A vida, no entanto, mudou e, em determinado momento, ela passou a questionar a vocação. “Estava nos meus sonhos, mas não nos meus planos. Cheguei a pensar que a maternidade podia não acontecer”, conta. “Aí apareceu o Duda com essa vontade de ser pai.” E tudo mudou. Mas não imediatamente. “Antes ele queria casar, fazer tudo direitinho”, lembra.

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Doce ilusão. Foi num Carnaval, data preferida de Sabrina, que a primeira filha do casal foi concebida. Mais precisamente num quarto do Belmond Copacabana Palace, tradicional hotel carioca. O ano era 2018. “Eu curti, pulei, fiz tudo que mais gosto. Inclusive a Zoe”, diz, aos risos. “Estava indo para a Semana de Moda de Milão, depois do Desfile das Campeãs, e Duda foi me encontrar no hotel”, lembra. “E aí fizemos nossa despedida: transamos à tarde”, brinca ela, que havia retirado o DIU havia um mês – e não fazia ideia de que estava no período fértil.

O puerpério, no entanto, tirou bastante de sua alegria. “Tive baby blues [instabilidade emocional passageira, desencadeada por fatores hormonais] a partir do terceiro dia, quando meu leite empedrou”, lembra.

O desejo de isolamento, até então desconhecido, tomou conta de Sabrina. “Fiquei trancada no quarto com a Zoe só dando de mamar. Perdi o contato com o mundo.” E, ali, a apresentadora, rainha de bateria, mulher do Duda, filha da Kika e do Omar, irmã de Karina e Karin, tornou-se apenas mãe. “Você esquece que é mulher, esquece de você. Se anula”, afirma. “Parecia que tinha virado uma santa [risos]. Porque você fica tão maternal com todo mundo, que afeta outras áreas da vida, inclusive o sexo.”

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Mesmo com dois meses depois do parto, ainda com dores da cesariana, toda a imprensa noticiava sua presença no Carnaval. “Não era eu, era a mãe quem estava sambando.” Na fala de Sabrina, porém, não há resquício de arrependimento. “Acho que é importante, é uma fase. Não fiquei me pressionando: ‘Tenho que voltar a ser mulher, preciso me encontrar’.”

Apesar da plena compreensão do momento em que estava vivendo e da importância de não pular etapas, a famosa culpa materna chegou com força quando o trabalho voltou a ocupar grande parte de sua agenda. “Hoje, por exemplo, era o único dia em que poderia treinar, fazer aula de samba. Mas desmarquei tudo porque a Zoe está gripada”, diz. “Você se sente culpada porque sua filha está doente, vai trabalhar chorando junto com a criança.”

Neste momento, a menina, que brinca pela sala de camiseta e calcinha enquanto a mãe responde a esta entrevista, a interrompe. “Eu amo quando você fica em casa”, diz Zoe. “Você viu? Ela me cobra”, comenta a apresentadora. Sabrina conta que, todas as vezes em que sai, ouve da menina: “Você me pega à noite, quando voltar?”. De madrugada, então, ela busca a filha no quarto e a leva para a sua cama. “Faço as vontades de Zoe”, confessa.

Durante o shooting para esta reportagem, Zoe logo cansou dos flashes e fugiu para a sala de TV. Convencê-la a voltar para seu dia de superstar só foi possível com pirulitos, dragées de chocolate e picolés. “Se o Duda vir ela comendo essas besteiras, vai me matar”, brinca, revelando que o marido prefere que a filha maneire no açúcar.

"No puerpério, você esquece que é mulher, esquece de você. Se anula"

Sabrina Sato

Foi também durante as fotos que a pequena mostrou seu lado fashionista. Ao escolher um dos óculos de sol para combinar com o look que estava usando, Zoe pegou o mais inusitado: com aro geométrico e inteiro de cristais. “Ela pode até ter o narizinho empinado do pai, mas é uma Sabrininha”, brinca a apresentadora, que adora uma montação. “Mas é mais evoluída, me deixou pra trás”, diz.

Sabrina relembra a educação recebida de mãe e avó japonesas, que a ensinaram a nunca reclamar e não dar opinião caso não peçam, diferentemente da menina. “Zoe é minha versão melhorada, 2.0”, diverte-se. Quando questionada se acha que a filha vai enveredar pela carreira artística, no entanto, titubeia. “Talvez, mas do jeito dela. Não vou estimular, não. Se ela quiser, vai ter que estudar para isso, buscar o próprio caminho”, afirma.

“Quero prepará-la para o mundo, para ser uma mulher independente, que conquistou seu espaço através do conhecimento, com os valores em que acredito: de família, respeito ao próximo”, completa. Valores esses adquiridos na criação. “Demorei até para namorar de tanto que meu pai ficava na nossa cabeça: ‘Não dependa de homem, não invente de casar. Pega seu dinheiro e vai viajar’.”

Crise no casamento

“Duda, quando a gente vai casar?”, pergunta Sabrina, no momento em que o marido, com quem vive há seis anos, aparece na sala. “Acho que agora, depois da pandemia, do que vivemos, a gente merece celebrar o amor, a vida”, afirma.

A apresentadora se refere à crise conjugal que enfrentou no começo de 2022. “Quando a Zoe nasceu, a gente virou mais família”, conta. Neste janeiro, no entanto, a coisa desandou. “Me dedicava muito a ela, ao trabalho e pouco ao casamento. Passávamos vários dias sem conversar, sem nos ver.” Sabrina entendeu então que, para acertar os ponteiros, precisava de momentos a sós com Duda. Mas não sem antes cogitar a separação. “Chegou a um ponto em que estávamos tão machucados que, toda vez que íamos conversar, saía briga”, lembra.

"Quando a Zoe nasceu, me dedicava muito a ela e pouco o casamento"

Sabrina Sato

Os desentendimentos, conta, começavam por coisas bobas, mas ganhavam enormes proporções. Culpa de desgastes do dia a dia. “O que a gente passou é o que a maioria dos casais passa. O nascimento de um filho, a casa, o trabalho, a rotina”, afirma.

A saída que o casal encontrou foi resolver essas questões por escrito. “Trocávamos textões no WhatsApp, cada um de um lugar da casa”, conta. A apresentadora começou a fazer terapia, mas contou também com a ajuda de sua irmã e empresária. “Falei muito para ela tentar. Jogar a toalha é muito fácil”, diz Karina.

E a coisa, aos poucos, foi entrando nos eixos. “A gente é completamente oposto. Por isso, falo: ‘Ou a gente vai se ajudar, fazer dar certo respeitando nossas diferenças, ou vira um abismo’”, argumenta Sabrina, que admite também ter tido uma queda considerável de libido – já resolvida. “Tem que inventar, criar um clima. Traz um vinho, liga um filme, marca um jantar”, diz. E emenda: “Mas eu também não sou fácil. Gosto de ser a que comanda. Se vier com surpresa, já não gosto”, diverte-se.

Com o casamento restabelecido, os dois agora estão pensando em aumentar a família. Zoe torce por mais uma menininha, mas Sabrina ainda tem dúvidas se quer repetir a experiência de gerar uma criança. “Só a mulher sabe como é difícil carregar aquela barriga e trabalhar ao mesmo tempo”, diz. “Queria ter a casa cheia, mas não consigo passar por várias gravidezes.” Como já está com 41 anos, a ideia de adotar ou optar por uma barriga de aluguel não estão descartadas. “Primeiro vou fazer os exames e ver como está a situação.”

Nova fase

Enquanto o bebê não vem, a apresentadora vibra com as novidades na carreira. Depois de oito anos na Record TV, Sabrina Sato anunciou em março a volta à Globo, grupo que a descobriu 20 anos atrás – na terceira edição do Big Brother Brasil. Ela é a nova integrante do Saia Justa – programa de debates do GNT, comandado pela jornalista Astrid Fontenelle –, e também está à frente da atração Desapegue Se For Capaz, onde vai até a casa das pessoas organizar a bagunça, no mesmo canal.

“Estou na minha melhor fase. E não estou falando de cabelo, de pele. Mas de gás, ânimo, de saber o que quero, de ter poder de decisão. Estou me sentindo poderosa, completa. E voltei no momento certo”, afirma.

Sem temer recomeços ou cancelamentos, ela se diz segura para discutir temas profundos e polêmicos. “Sempre fui corajosa. Falo o que penso, o que quero. E ao vivo rendo muito mais”, afirma. Exibido semanalmente, às quartas-feiras, ela comemora dividir a bancada com Astrid, Luana Xavier e Larissa Luz.

“Sempre me senti compreendida e amada pelas mulheres, muito mais do que pelos homens, que têm uma imagem romantizada a meu respeito”, conta. “Estou dando muito valor em trabalhar com elas e para elas.” Para isso, conta, tem estudado bastante. “Me preparo para poder me jogar”, diz. “E faço isso sem medo.” Isso, no entanto, todo mundo já sabe, vai?

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